O que a história diz sobre o que virá

Depoimento bem esclarecedor sobre o que tende a acontecer com a gente nos próximos anos. 


ESTIVE EM PAÍSES GOVERNADOS POR OUTROS BOLSONAROS. E posso contar algumas coisas pra vocês.

No último mês, viajei para a Polônia de Kaczynski, para a Turquia de Erdogan e para as Filipinas de Duterte. Todos versões locais do Coiso. Como fui para trabalho, tive a oportunidade de conhecer e entrevistar diversas pessoas (de privilegiados até povão) sobre a vida que levam e como as coisas tem sido nos últimos anos. Também vi muita coisa assombrosa escondidas nas entrelinhas.
 
Na Polonia, todos que conversei disseram que o país não é uma democracia, mas não sabem quando o país deixou de ser. Mas aparentemente as seguranças de cidadania foram aos poucos sumindo em nome da segurança nacional. Essa segurança entretanto é assegurada por uma policia branca e extremamente nacionalista. 

Essa policia protege skinheads e bate em refugiado. Estive em Auschwitz e vi um grupo de skinheads cuspindo no monumento de memória ao povo judeu. A guia me disse que antigamente eles poderiam ser presos, mas hoje em dia seria capaz de eles fazerem o guia ser preso. Ao final do tour, o guia (cujo avô tinha sobrevivido Auschwitz) nos pediu aos prantos para contribuirmos para manter o campo, já que o governo havia cortado todos os fundos para a manutenção do campo e eles estavam a beira de fechar as portas. Afinal, de acordo com Kaczynski a Polonia não tem obrigação nenhuma com minoria alguma. Soa familiar, não? 

Na Turquia, foi ainda mais bizarro. Fiz uma palestra em um evento de inovação (de tecnologia militar, descobri lá) patrocinado pelo governo turco. Erdogan esteve presente. Assisti de um camarote ele chegar de avião e milhares de visitantes irem na direção dele gritando em turco “líder, líder”. 

Perguntei ao meu colega da Turquia ao que se devia isso. Ele me disse que o culto de personalidade de Erdogan começou no momento em que o presidente começou a aumentar o próprio poder e diminuir suas responsabilidades. Como assim, perguntei. Aparentemente o presidente aumentou seus poderes de demandar segurança, empoderado milícias e assassinos de opositores. 

Suas responsabilidades entretanto, foram canalizadas contra a oposição e grupos minoritários - cada problema que acontecia por sua própria incompetência era usado para perseguir um novo target ou prender/matar uma nova pessoa. Esse ciclo criou o autoritarismo vigente na Turquia hoje.
Nas Filipinas, vi um país pobre com um dinheiro barato como nunca vi antes. Um gorjeta de R$15 reais levou um taxista às lagrimas. Mas ainda assim, a primeira coisa que li em um jornal era que o desemprego era zero. Conversando com um economista filipino, aprendi o seguinte: Com Duterte, as leis trabalhistas foram dizimadas. Com isso, uma pessoa trabalhando como atendente de loja por 2 horas semanais ganhando o equivalente a R$50 por mês é considerado empregado. Além disso, vi um local onde matar pessoas suspeitas de usar drogas é legalizado e de acordo com todos que conversei, adivinhem qual a população que mais morre com essa lei - étnica e pobre.
 
Nesses três países vi um povo sofrido e buscando soluções mas aprisionados em um sistema baseado no medo, na supressão e na perseguição.
Todos esses países outrora grandes estão sucumbindo pela própria ignorância e por darem voz e poder à políticos intolerantes. Suas democracias e direitos desapareceram pouco a pouco, golpe a golpe, a cada direito retirado.
RESISTE, BRASIL!

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