Odeio o facebook

Invejo da Adriana. Médica experiente e bem empregada, com tempo disponível para atividades de entretenimento e para práticas de esportes em todos os dias da semana, ela não tem o perfil de quem lida com a tecnologia com dificuldades. Ao contrário. Tem telefone da Apple e brinca com aplicativos com desenvoltura. Inclusive os de fotografia, como o Instagram.

A tal inveja vem da constatação de que ela não tem uma conta no Facebook. O "mas" fica por minha conta. Eventualmente, vejo Adriana constrangida por não ter conta na rede social. Constrangida, ela expressa o sentimento de exclusão típico das pessoas que se percebem fora do padrão. Na verdade, por diversas vezes reforço, em conversas com a profissional, que não ter uma conta no Facebook é um privilégio.

Primeiro, porque a rede tem um certo poder de viciar. Quando você menos espera, clica no ícone e abre a página. Quando o internauta percebe, foram vários, ou muitos, minutos perdidos no processo de rolar a tela, procurando algo que não se sabe o que. Tudo bem, há aspectos positivos, como a possibilidade de encontrar alguns grupos de pessoas. Mas no meio do caminho há as inúmeras armadilhas a desviar a atenção e desafiar a concentração.

Outro aspecto importante é a descoberta, especialmente no Facebook, do nível de agressividade dos contrários. Há, no ar e na rede, um conflito político permanente, explicitado pelo ódio. A descoberta sobre a permanente impossibilidade de conversar, argumentar, sobre temas políticos, econômicos e religiosos. Curiosamente, futebol até pode.

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